BLOG
DIMINUINDO A CONCRENTAÇÃO DOS BANCOS: o crescimento exponencial das Fintechs

O mercado financeiro brasileiro é bastante concentrado nas mãos de poucos Bancos e os índices de satisfação dos usuários de serviços financeiros são historicamente muito baixos em comparação a outros setores da economia. 

A combinação desses dois fatores abriu espaço para que novos players surgissem, com propostas de soluções focadas em necessidades específicas do cliente, entregando uma experiência de excelência através das intituladas fintechs (startups da área financeira). O resultado foi favorável, tendo em vista a ofertas de produtos exclusivos e personalizados para atender as necessidades do cliente consumidor. O foco no cliente é uma das principais forças das fintechs. 

De outro lado, como ponto negativo ainda se concentra o desconhecimento sobre o tema. Para se ter uma ideia, pesquisa da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de SP, realizada em 2018, revela que 54,8% dos representantes de departamento financeiro desconheciam o que é uma fintech

O novo modelo de negócios é fascinante e já foi objeto de uma coluna recente (publicada em 03.10.21) denominada “SDC – Sociedade de Crédito Direito: saiba como empreender no setor” disponível em nosso Blog www.cavalcantereis.adv.br, vale a leitura. 

As startups da área financeira têm como traço característico atuar através de plataformas eletrônicas e promete inovar no mercado financeiro por meio do uso intenso de tecnologias com foco em operações de crédito como empréstimos, financiamentos e aquisição de direitos creditórios. O objetivo da coluna de hoje é mostrar como elas estão presentes em nosso dia a dia e como podem ser utilizadas para otimizar os nossos lucros. 

Na Terra dos Papagaios, atualmente centenas de startups disputam o mercado e já existem diversos casos bem-sucedidos. PicPay e Neon estão aí para comprovar. Essa espécie de startup manipula tecnologias para propiciar serviços financeiros mais em conta àqueles ofertados pelos Bancos tradicionais – ou arcaicos. Por isso o termo “fintech”, que nada mais é do que financial technology

É o caso, também, de algumas lojas de departamento e montadoras de veículos que possuem suas financeiras particulares, concentrando suas operações no financiamento de seus próprios produtos. Esta é a situação, por exemplo, da Marisa, gigante do varejo de moda. 

Buscando estimular, ainda mais, seu processo de inovação. A empresa, passou a dispor de contato contínuo com startups, que auxiliarão a rede de lojas a implementar programas que colocarão o nome da marca como um dos nomes da revolução tecnológica. 

Uma curiosidade: as startups associadas ao mercado da moda são intituladas de fashiontechs. No Brasil, hoje, há cerca de 60 startups dedicadas somente a este segmento, além de outras 250 que possuem a área como de interesse. 

O CEO da rede de lojas Marisa, Marcelo Pimentel, destaca que a aproximação com o universo das fintechs é elemento propulsor da cultura organizacional da marca, concedendo, outrossim, mais agilidade e novos horizontes para a corporação, que sempre vislumbrou a importância das tecnologias para ampliar as vendas, dado que, há vinte anos, foi uma das primeiras a criar um e-commerce e, ainda, após lançar o aplicativo, percebeu que 35% das vendas digitais são advindas dele. 

As Casas Bahia seguem a mesma estratégia e apostam no ramo tal qual a concorrente acima. No caso da varejista de eletrodomésticos, que é extremamente popular aos cidadãos de baixa renda, percebe-se que a obtenção de bens duráveis, tais quais fogões, geladeiras ou máquinas de lavar, pelo alto valor, geralmente são comprados por meio daqueles famosos carnês, também chamados de crediários. 

Muitos desses indivíduos, cerca de 30%, sequer possuíam conta em banco até o ano de 2017, de maneira que precisavam se dirigir todo santo mês à loja para pagar a parcela. Agora, a rede de cerca de 1.066 lojas também pode funcionar como agência bancária informal, facilitando a vida dos seus consumidores. 

Mais! A empresa, a partir da tecnologia disponibilizada pelas fintechs, oferece cartões de débito pré-pagos para aqueles clientes que, muito embora desejam constituir contas formais, não possuem interesse em bancos clássicos. 

Michael Klein, controlador da rede Casas Bahia e Ponto Frio, ressaltou que deseja resgatar a imagem e história das varejistas de eletroeletrônicos, porém, sublinhou: “Mas é claro que faremos isso com tecnologia, porque os tempos mudaram”. E mudaram mesmo! 

Agindo em conjunto com diversas lojas que já conhecemos, há fintechs que jamais ouvimos falar, muito embora com toda certeza já utilizamos de seus serviços. Como exemplo, listamos a Stone, a MundiPagg, a Equals e a Adyen. Ficou confuso? Eu explico! 

A título de elucidação, mais de 7 mil e-commerces usufruem da infraestrutura da fintech MundiPagg, autoridade quando o assunto é meios de pagamentos em marketplaces

fintech processa liquidação de valores eletrônicos para cerca de 40% das lojas virtuais nacionais, incluindo, neste sentido, a Americanas.com, a Shoptime, o Submarino e os já mencionados Ponto Frio e Casas Bahia. 

Stone, outra startup especializada, apesar de possuir nome estrangeiro, é brasileiríssima. A adquirente de cartão de crédito é habilitada pelas bandeiras Master e Visa para realização de transações por intermédio de suas máquinas. 

fintech está exibida em bares, bombonieres, restaurantes, aeroportos e estações de metrô País afora, ofertando serviços para aprimorar o comércio e abrandar as despesas dos estabelecimentos. Já comprou um chocolate nas famigeradas “vending machines”? Desfrutou das atividades da Stone

Equals não é menos importante, ocupando-se da função de gerenciamento de compras on-line realizadas por cartão de crédito ou débito dos notáveis empreendimentos Mercado Livre, Centauro, Óticas Carol, além dos sítios eletrônicos das empresas de aviação Delta, Emirates e Alitalia. 

Não menos importante, temos a Adyen, fintech que presta serviços para empreendimentos que eu aposto um milhão de dólares que você utiliza quase todos os dias: a Uber, a Netflix, o Spotify e o Airbnb. 

startup, experiente em soluções de pagamento, é a responsável pela coordenação dessas grandes, operando, para tanto, tecnologias antifraude, intermediação de pagamentos com cartões, getway (obtenção de informações requeridas através do acesso dos usuários às páginas de internet ou aplicativos) e conciliação de pagamentos. 

Ainda que existam diversas fintechs de denominação totalmente desconhecida para os ouvidos do grande público, há outras tão famosas quanto um ator ou atriz de Hollywood – apesar de muitos não entenderem que se tratam, em verdade, de uma startup de crédito. 

É o caso, por exemplo, da Nubank, lançada ao mundo em setembro de 2014, com o propósito – alcançado – de ofertar cartões de crédito sem custos de anuidade e livre tarifas, além de propor a cobrança de menores taxas de juros do que a média disponibilizada pelas demais instituições bancárias. 

Não é surpresa, portanto, que a tecnologia seja uma das cinco principais prioridades orçamentárias para cerca de 85% dos diretores financeiros questionados em pesquisa realizada no País, publicada pela Dimensional Research

Significativo frisar, ainda, que o foco dos empreendimentos não é inclinado somente para a área financeira, mas, também, para os departamentos comerciais, canais digitais de atendimento e e-commerce, como amplamente demonstrado por aqui. 

A informação vai ao encontro do que enuncia o relatório “2021 Global Fintech Rankings”, realizado pela Findexable em conjunto com a Mambufintech alemã de soluções bancárias na nuvem. De acordo com os dados coletados, no ano de 2020, o Brasil alcançou a primeira posição da América Latina quando se fala em número de fintechs, seguido por Uruguai, México, Colômbia, Chile, Argentina e Peru. 

O País emergiu, outrossim, cinco posições no ranking global, chegando a 14ª colocação geral. O rol é liderado, nessa ordem, pelo Estados Unidos, Reino Unido, Israel, Singapura e Suíça. 

Conforme referências do FinTech Report 2020, existem, hoje, 742 startups financeiras no Brasil. Uma progressão de 34% em relação a 2019. Não só. Apenas nos nove primeiros meses deste ano, o setor, nacionalmente, atraiu 939 milhões de dólares em aportes. 

Ainda de acordo com estudos do FinTech Report 2020, foi injetado por aqui, desde 2015, mais de 2.4 bilhões de dólares em fintechs. O crescimento exponencial ocorre entre os anos de 2018 e 2019, com a ampliação de 183% de capital de investimento. 

No que tange às aplicações dirigidas às startups, as fintechs foram as que mais receberam riquezas em 2019, com 35,6% do capital acessível. Ademais, enquanto entre os anos de 2014 e 2018 503 fintechs despontaram no Brasil, no corrente ano, apenas nos quatro primeiros meses, revelaram-se 1.158. Isso de acordo com informações da Inside Fintech

O progresso das referidas empreitadas pode ser tido como traço essencial do novo ambiente de negócios nacional, sistematizado pelo desenvolvimento e evolução da inovação em rotinas e processos do setor. Mas não só. O País busca se alinhar às práticas de gerência e gestão das mais prestigiosas economias mundiais. 

Para se ter uma ideia, ano passado – com a pandemia em seu ápice – as fintechs movimentaram mais de 1,9 bilhão de dólares no País, de acordo com a plataforma Inside Fintech Report. Não causa espanto, tão logo, perceber que as Pernambucanas, a Magazine Luiza, a Via Varejo e a OLX já criaram as suas próprias fintechs

Isso porque, apesar de disputarem o mercado com startups já firmadas, as companhias se utilizam de planos e táticas para engajamento idealizados ao seu público-alvo, tais quais programas de fidelidade, cashbacks, possibilidade de dar um “pedacinho” para cada cliente (programa Nusócio do Nubank), além de inúmeras outras políticas de incentivo ao usuário. 

É possível perceber, portanto, que muito embora o instituto pareça ser algo distante da grande maioria da população brasileira, o crescimento exponencial das startups de crédito (fintechs) tem o condão de melhorar e tornar mais ágil o ambiente de negócios, o que terá reflexos positivos em todos os demais setores da economia. Sendo assim, é essencial que a população conheça e desfrute do que o setor pode oferecer. Afinal de contas, “A tecnologia e o mundo estão a evoluir. E você?”. 

Para mais informações sobre o melhor modelo de Fintech para o seu negócio e como empreender na área, acesse o Blog do Colunista Iuri Cavalcante Reis no site www.cavalcantereis.adv.br e deixe suas dúvidas nos comentários ou através do e-mail iuri@cavalcantereis.adv.br. Artigo escrito em coautoria com a advogada Thaynná de Oliveira Passos Correia, da equipe do Cavalcante Reis Advogados (Instagram @Cavalcantereisadvs). 

Link do artigo no Jornal A Gazeta do Amapá: https://agazetadoamapa.com.br/coluna/1660/diminuindo-a-concrentacao-dos-bancos-o-crescimento-exponencial-das-fintechs

Autor: Dr. Iuri Cavalcante, CEO do Escritório Cavalcante Reis

Coautora: Dra. Thaynná Passos, Advogada Associada do Escritório Cavalcante Reis

POSTAGENS RECENTES
AGENDE UM HORÁRIO
Escritório de advocacia no Distrito Federal
NOSSOS SERVIÇOS
LOCALIZAÇÃO

SHIS QL 10 CONJ. 06 CASA 19 - LAGO SUL BRASÍLIA/DF

Chamada
TELEFONE

(61) 3248-0612
(61) 99514-1592

Correio
E-MAIL

advocacia@cavalcantereis.adv.br

Copyright © 2022 Cavalcante Reis Advocacia. Todos os Direitos Reservados. Desenvolvido por Agência Up Web

14/11/2021

DIMINUINDO A CONCRENTAÇÃO DOS BANCOS: o crescimento exponencial das Fintechs

Nossa coluna semanal no Jornal A Gazeta do Amapá, veiculada na edição de domingo (14/11/2021)

COLUNA IURI CAVALCANTE REIS

DIMINUINDO A CONCRENTAÇÃO DOS BANCOS: o crescimento exponencial das Fintechs

02/10/2021

SCD – Sociedade de Crédito Direto: Saiba como Empreender no Setor

Nossa coluna semanal no Jornal A Gazeta do Amapá, veiculada na edição de domingo (03/10/2021)

COLUNA IURI CAVALCANTE REIS

SCD – SOCIEDADE DE CRÉDITO DIRETO: SAIBA COMO EMPREENDER NO SETOR.

19/07/2021

A nova lei contra o superendividamento

Nossa coluna semanal no Jornal A Gazeta do Amapá, veiculada na edição de domingo (18/07/2021)

COLUNA IURI CAVALCANTE REIS

A nova lei contra o superendividamento.